Emissão pra ficar de olho
A True trabalha a todo vapor para colocar em breve no mercado operações que atendem às necessidades dos diferentes perfis de investidores. Desde quem tem mais apetite a risco até os mais moderados. Confira as dicas do sócio-diretor, Arley Fonseca.
Novas emissões – Nos próximos meses, teremos operações com risco de crédito de empresas “Triple A” e também operações com empresas do segmento de middle market, que estão acessando o mercado de capitais pela primeira vez, com médio risco. Lançaremos também transações para os clientes que querem mais taxa, mais rentabilidade nos investimentos e, portanto, estão dispostos a correr um pouco mais de risco, como operações de recebíveis de loteamento.
O segmento de logística deve crescer bastante nos próximos meses. E com isso, quero dizer não apenas os negócios na área de logística, mas a expansão das empresas médias. Com a queda da taxa de juros e o acesso demais companhias ao mercado de capitais, empresas menores, que não tinham recursos para concorrer com os grandes conglomerados passarão a ter alternativas de funding para isso. Assim, deveremos ter uma leva de novas organizações entrando no mercado em várias regiões.
Mais um fator que aponta para o crescimento da logística é o aumento do consumo de mercadorias pela internet. Os clientes esperam receber seus produtos em casa em poucos dias. Assim há demanda para galpões mais próximos do centro de cada capital, e que deve levar a um crescimento desse segmento. Antes as companhias se concentravam em grandes galpões, mas esse movimento deve mudar. Assim como já vimos no segmento de supermercados: antes apostava-se em hipermercados para atender vários bairros e hoje vemos o crescimento dos minimercados nos bairros, pois as pessoas querem facilidade no dia a dia e acesso rápido aos seus produtos.
Outro segmento que pode fazer acontecer é o residencial – primeira e segunda moradia. A queda da taxa de juros deverá aumentar o acesso da população a financiamento de longo prazo com taxas menores. Se antes para comprar um apartamento financiado por um banco isso consumia 20 a 25% da renda do consumidor, hoje o mesmo imóvel com uma menor taxa e mais prazo consome de 15% a 20% da renda desse cliente – o que dá mais segurança para as pessoas tomarem a decisão de comprar uma casa própria.
Nesse sentido, também vem a crescer o segmento de incorporação imobiliária. Grandes incorporadoras estão adquirindo vários terrenos para fazer lançamentos, um movimento que há pouco tempo estava parado. Isso é boa notícia para o mercado de securitização, pois essa é uma alternativa tanto para o financiamento da construção do imóvel pelas empresas como para a aquisição pelo comprador final, com taxas competitivas.
No radar – No agronegócio, a tendência é para emissões de CRA de médios produtores rurais. Empreendedores com bom produto, comercialização e histórico positivo de atividade já podem ter mais independência de empréstimos provenientes de instituições financeiras e acessar o mercado de capitais. A expansão desse movimento depende do aprimoramento da governança e profissionalização desses produtores o que tende a acontecer no médio e longo prazo.
Por fim, vale citar o crescimento de investidores comprando cotas de fundos de CRI, os FII – Fundo de Investimento Imobiliário para aquisição de CRI, por contarem com vantagens como ter um gestor qualificado analisando os papéis, pulverização de riscos na cesta de títulos adquiridos pelo fundo e a extensão do benefício de remuneração do cotista isenta de imposto de renda. Ainda não existem fundos para CRA com os mesmos benefícios, mas este é um pleito que o mercado está brigando para conseguir.